Folha Vitória
Foto: Divulgação
Ao anoitecer desta quarta-feira (15), mais um belo espetáculo natural poderá ser visto nos céus do Brasil, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste: um eclipse lunar total.
Logo após o pôr-do-sol, a lua cheia vai nascer já totalmente eclipsada, por volta das 17h10, no Espírito Santo.
A partir das 18h03, a lua irá lentamente saindo da sombra da Terra, ficando parcialmente encoberta até por volta das 19h02, quando o eclipse se encerrará.
O Planetário de Vitória promoverá sessões sobre a lua e os eclipses às 17h20 e às 18h20 e o Observatório Astronômico da Ufes ficará aberto ao público para a observação do céu e do eclipse, das 17h às 20 horas.
Segundo o diretor Técnico-Científico do Planetário de Vitória, Sérgio Mascarello Bisch, professor do Departamento de Física da Ufes , o espetáculo deverá ser ainda mais belo porque, ao nascer, a lua estará "baixa", bem próxima ao horizonte, aparentando ficar maior e mais bela e criando um espetáculo notável.
Este ano, um outro eclipse total da lua vai ocorrer no dia 10 de dezembro, mas não será visível do Brasil, somente na Ásia e Oceania. O próximo eclipse lunar total que será visível do Brasil ocorrerá em 15 de abril de 2014. Outra atração interessante da noite será o planeta Saturno, com seus anéis, que deverá estar visível, no meio do céu, e poderá ser visto através de telescópios do observatório.
Ao contrário de um eclipse solar, que requer equipamentos e cuidados especiais para uma observação segura, um eclipse lunar pode ser observado a olho nu por qualquer pessoa, com toda a segurança.
Um eclipse lunar total ocorre sempre que há um alinhamento entre o Sol, a Terra e a Lua, nesta seqüência, fazendo com que a Lua penetre totalmente no cone de sombra projetado pela Terra, denominado "umbra". Os eclipses lunares só ocorrem na Lua Cheia.
Curiosamente, a lua não fica completamente escura durante um eclipse lunar total, mas apresenta, em geral, uma coloração vermelho alaranjada, perfeitamente visível. Isso se explica pelo fato de a terra possuir atmosfera, que funciona como se fosse uma lente e um filtro. Como uma lente, desvia, por refração, os raios de luz vermelha do sol para o interior do cone de sombra da Terra. Agindo
como um filtro, bloqueia a luz solar azul, espalhando-a em outras direções.
Cada eclipse lunar total é único e diferente dos outros. A coloração exata que a lua apresenta nestas ocasiões é variável, dependendo do tipo e quantidade de poeira existente na alta atmosfera da terra e das nuvens nas regiões onde ocorrem as auroras e crepúsculos no instante do eclipse. No caso deste eclipse é possível que as cinzas vulcânicas recentemente expelidas pela erupção do vulcão Peyehue, no sul do Chile, façam com que coloração da lua, durante o eclipse, fique mais acinzentada.